sábado, 27 de fevereiro de 2010

Á amiga


O garçom desce mais uma,
Já nem sei o que brindar

O mundo gira, ela maestra,
E a gaita tenta até tocar

Como duas tolas e desvairadas,
Andamos juntas sem saber

Se voltaremos, nos perderemos
Ou beberemos o amanhecer.


Melhores palavras:

"Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica..."

Vinícius de Moraes